
Antes da internet transformar radicalmente a forma como nos organizamos, a maioria das empresas operava sob uma lógica herdada de séculos: jogos de poder, estruturas rígidas de comando e controle, fortemente departamentalizadas e hierarquizadas. Esse modelo foi ainda mais consolidado ao longo do século XX, especialmente no contexto das duas guerras mundiais e da Guerra Fria, quando a reconstrução econômica global impulsionou a expansão das multinacionais — muitas vezes inspiradas em estratégias militares.
Foi nesse cenário que uma série de jargões militares se infiltrou no vocabulário corporativo. Termos como companhia, estratégia, missão, alvo, líder, quartel-general, aliado, campanha, guerra, armas, território inimigo passaram a fazer parte do nosso dia a dia no trabalho — e estão aí até hoje!
Atire a primeira pedra quem nunca ouviu (ou disse!) uma dessas expressões em uma reunião.
Essa visão de mundo — baseada em estruturas hierárquicas e comando-controle — ainda está presente no currículo de muitos cursos ao redor do planeta.
Mas o mundo mudou. E muito.
Temos bilhões de pessoas a mais, hiperconectadas, acesso facilitado à informação, capital abundante para startups, queda do analfabetismo, avanços nos direitos de grupos minorizados, a ascensão da economia verde e uma força crescente de consumo identitário.
Nesse novo cenário, vimos a curva de inovação explodir: empresas disruptivas surgem do nada e em poucos anos valem bilhões — muitas vezes superando gigantes centenárias.
Quer um exemplo? A General Motors, fundada em 1908, vale hoje cerca de US$ 48 bilhões. Já a Tesla, nascida em 2003, gira em torno de US$ 1 trilhão em valor de mercado.
O jogo ficou mais complexo, mais rápido e mais global. Hoje, o que realmente tem valor é resolver problemas reais, de forma inovadora e escalável, muitas vezes sem concorrência à altura.
Nesse novo tabuleiro, empresas com culturas militarizadas estão jogando xadrez com peças de damas. Estão fora do jogo.
“Mas o Elon Musk não é um líder com perfil militar?” Talvez. Ou talvez seja só um ego gigante com acesso a foguetes — mas esse é papo pro fã clube dele.
🌍 Como viver, sobreviver — e, quem sabe, vencer — nesse mundo exponencial?
Mas isso só acontece quando as pessoas têm o espaço e a coragem para pensar diferente, errar, propor, desafiar o status quo. É aí que entra um conceito essencial — e ainda subestimado — nas empresas de verdade: 👉 Segurança psicológica.
Mas atenção: não é zona de conforto. Segurança psicológica não exclui responsabilidade. Pelo contrário: ela viabiliza um desempenho mais alto e sustentável, baseado em confiança e propósito real.
Se a sua empresa quer crescer de forma exponencial, ela precisa de um solo fértil onde ideias cresçam e pessoas floresçam. E isso começa — invariavelmente — com segurança psicológica.


Empreende, palestra, investe e atua com tecnologia a mais de 30 anos.u003cbru003eEspecialista em performance, equipes, diversidade e impacto. u003cbru003eFundador, CEO da Diverti Tecnologia e autor desse post.