Employee Experience (EX)A Experiência do Colaborador é a percepção que ele tem em cada interação ao longo de sua
jornada dentro da empresa — desde o recrutamento, onboarding, crescimento, até o offboarding.
Cada etapa precisa ter processos, dinâmicas, métricas e precisam ser frequentemente revisitadas.
Ao analisar a jornada do colaborador você deve sempre observar quatro escopos:
Escopo Cultural - é como as pessoas se sentem quando vivenciam interações com pessoas na organização. No caso de um novo colaborador, ele não pode mudar a cultura da organização facilmente,por isso é importante mapear quais são os marcos, comportamentos, símbolos, a transparência e os limites da cultura.
Escopo Tecnológico - consiste nas interações com as tarefas, plataformas e ferramentas em sua organização. É uma bela oportunidade de ganhos com automação, por mapear tarefas repetitivas que são chatas e não motivadoras, por isso elas devem ser automatizadas. Um motivo ainda mais importante é que tarefas automatizadas são mais confiáveis do que quando os membros da equipe têm que fazê-las.
Escopo Físico - consiste nas interações com os arredores tangíveis como espaço físico, ergonomia, conforto, alimentação.
Escopo Mental - como os processos, pessoas e ambiente se interagem para a segurança psicológica do colaborador.
Foco: Criar um ambiente e processos que proporcionem experiências positivas, aumentando o engajamento, a produtividade, a integração cultural e a retenção.
Exemplo: Oferecer uma integração acolhedora, feedbacks contínuos, espaços de trabalho confortáveis, ferramentas modernas e canais de comunicação abertos.
Um caso real para apresentar o poder do EX:
Em 2019 eu ainda trabalhava na
Superlógica Tecnologias e mesmo com a jornada mapeada, baixa rotatividade(turnover) na empresa, eu decidi mudar o nosso onboarding porque o antigo era lento em aculturar os novos integrantes, e haviam conceitos exclusivos similares ao
BrainTrust da Pixar, no qual as pessoas eram estimuladas a avaliar e questionar qualquer ideia de forma aberta na empresa, o que era estranho para os novos contratados e dessa forma o pessoal demorava em apresentar o resultado com nosso contexto cultural na época.
Era importante que os resultados viessem com esse contexto cultural, não de qualquer forma, porque ele significava menos erro ao cliente final, ao mercado e menos rotatividade.
Com isso eu tinha um dilema importante:
Por que o colaborador entregava resultados, mas quando terminava o período de experiência, haviam dúvidas quanto a absorção cultural, e eram frequentes avaliações onde não tínhamos segurança em efetivá-lo? Sem isso ele não duraria, já que suas ideias seriam questionadas sempre nesse ambiente.
Como acelerar o ROI(Retorno sobre o investimento) dos novos contratados e aumentar as chances de sucesso da adaptação deles?
Daí veio uma "sacada"!
Ao avaliar a jornada para entender onde potencializar o aprendizado, eu percebi que os padrinhos e líderes no dia a dia tinham limitações para mergulhar no aculturamento, já que a empresa estava crescendo 300% ao ano e contratando muita gente.
Mesmo com nosso onboarding bem estruturado, numa plataforma de aprendizado, com todo conteúdo teórico explicito, vídeos sobre o tema, livros de referência e feedback, o processo era lento e limitado porque faltava vivência.
Como encurtar esse aprendizado?
A
inspiração veio com cursinhos pré-vestibulares, no qual eles preparam para o ingresso nas grandes faculdades, revisando e ensinando 12 anos em um ano.
Rascunhei a ideia, apresentei ao CEO, que aprovou e autorizou,assim montei uma equipe para encabeçar isso juntamente com a
Cris Carmo ,
Katia Ribeiro ,
Ana Carolina Sanguinetti Leitão Carlevaro Camila Alves Guilarducci e
Marcella Hori.
Os novatos a partir de então aprendiam o teórico em nossa plataforma online e depois entravam num "intensivão", com simulados, de 2 a 3 dias inteiros onde eles aprendiam como desenvolver e criticar ideias, executar projetos, priorizar demandas, lidar com a hierarquia, cenários complexos e caóticos, desenvolver a segurança psicológica para isso e tudo mais que destravasse a performance deles.
A mudança foi um sucesso e o melhor feedback foi receber dos líderes que os novatos estavam chegando verdadeiramente prontos e com gana para o trabalho.
Nesse caso foi gerado o impacto analisando a experiência do colaborador para detectar pontos onde pudesse melhorar a absorção cultural e a mudança na etapa do onboarding gerou o resultado desejado.
Quando eu falo das etapas a serem analisadas em EX, eu recomendo uso do modelo abaixo: