O maior turnover do mundo é nosso: e agora?

Há cerca de duas semanas, me deparei no Instagram com um post do @felipeclave sobre a geração Jumpers, que trouxe clareza sobre os números de turnover no país e me motivou a investigar mais profundamente suas causas e possíveis caminhos.

O Brasil lidera o ranking global de rotatividade de empregos. Isso mesmo: somos o país com o maior índice de turnover no mundo — e a tendência é que esse cenário se agrave nos próximos anos. 

Os números são claros:
* 77% das demissões acontecem antes de completar 1 ano;
* No setor de bares e restaurantes, o turnover chega a 77,6%;
* E cada desligamento após 3 meses de contratação pode custar mais de 5 salários sem a empresa atingir a performance desejada.

Com a chegada das novas gerações ao mercado, mais bem preparadas academicamente e com forte apetite pelo empreendedorismo, a permanência no emprego tradicional se torna cada vez mais efêmera.

Mas atenção: reduzir essa questão a um único fator é não entender a complexidade do problema.

Não é apenas culpa do salário. Não é só por causa das novas gerações. Não tem a ver com o Bolsa Família ou programas sociais — basta olhar para os EUA, onde a alta rotatividade também é realidade.

A verdade é que estamos lidando com um sistema estruturalmente viciado, rígido, e que se recusa a se reinventar. Um sistema que muitas vezes ignora o protagonismo das pessoas, trata talentos como recursos descartáveis e se esquece de que cultura organizacional não se impõe — se constrói.

E é por isso que este artigo é um convite.
Um chamado às empresas que hoje são parte do problema, para que também sejam parte ativa da solução.
Se queremos construir negócios sustentáveis, precisamos reconfigurar o sistema.

Isso não é uma opção, é uma necessidade urgente.

"Os mesmos problemas de 30 anos atrás"

Certa vez, em uma conversa com um CHRO(Chief Human Resource Officer) aposentado em Campinas — um profissional com décadas de experiência, que estava voltando a empreender em RH — perguntei a ele como estava sendo o desafio de empreender nos dias atuais.

A resposta dele me chocou: “Está fácil. Os problemas de hoje são os mesmos de 30 anos atrás com nomes novos”
Fiquei em silêncio.
Na minha cabeça, uma pergunta ecoava:  Eles não fizeram nada em 30 anos?

Essa fala me revelou uma realidade dura: a gestão de pessoas, da forma como tem sido feita na maioria das empresas, parece ser um eterno exercício de enxugar gelo.

Essa sensação se intensifica diante de números alarmantes: em 2024, quase 500 mil afastamentos no Brasil foram registrados por motivos relacionados à saúde mental, mesmo com as empresas importando e usando o que há de mais moderno na gestão de pessoas.

Calma, não estou colocando a culpa no RH.
Pelo contrário, em muitos casos, esses profissionais fazem o que podem, com os recursos, estruturas e prioridades que lhes são impostos.
O problema é maior. É sistêmico.

E, como sistema, precisamos atuar de outra forma. Pode não existir uma única causa raiz rastreável para o problema — e, mesmo que exista, ela pode nem estar dentro do seu negócio.

Segundo a teoria de sistemas, um sistema é composto por elementos, propósito e interconexões (saiba mais neste link). Além disso, ele pode apresentar diferentes naturezas de problemas comportamentais, classificados, segundo o framework Cynefin,como: caótico, complexo, complicado, simples e desordenado.
O comportamento da rotatividade no mercado de trabalho atual está no domínio da complexidade, ou seja, é marcado pela imprevisibilidade. Ele pode ser resultado de uma combinação de fatores internos e externos à organização.

Entre os motivos que levam um funcionário a deixar seu emprego estão: conflito geracional, baixa remuneração, ausência de oportunidades de crescimento, longos deslocamentos, oferta de outro trabalho, má liderança, adoecimento emocional, oportunidades no exterior, desejo de empreender, benefícios mais atrativos, falta de treinamentos, fechamento da empresa, entre outros.

Nesse cenário, é preciso aceitar as incertezas e investir em experimentação, já que não existem respostas únicas ou definitivas. O contexto complexo, apesar dos desafios, é fértil para ideias inovadoras — e é justamente por não estarem preparadas para isso que muitas empresas falham.

Como sua empresa pode inovar para enfrentar a rotatividade?

A inovação é tanto um processo social quanto organizacional. Isso significa estruturar a empresa com líderes preparados, boas práticas de contratação e processos eficazes de tomada de decisão, ao mesmo tempo em que se cria um ambiente cultural que incentive a experimentação e o aprendizado a partir dos erros.

Nesse contexto, é possível utilizar a Segurança Psicológica e outros indicadores ambientais — como e-NPS, t-NPS, ISP e métricas de humor — para construir culturas corporativas dinâmicas, inclusivas e de rico aprendizado no qual as pessoas sintam genuína vontade de participar, contribuir e tenham segurança para continuar trabalhando em seu negócio.

Com a participação genuína das pessoas, a experimentação, a realização de novos testes e a diversidade cognitiva tornam-se aliadas na busca de soluções para sistemas complexos — seja para enfrentar o turnover, desenvolver novos produtos, criar
novos negócios ou aumentar a lucratividade.

Fica aqui o nosso convite para conhecer o ISP e destravar seus times e a inovação na busca de soluções para os problemas do dia a dia.


✍️ Conteúdo original criado por Emerson Silva, revisado com apoio de IA!#CULTURACORPORATIVA #IA #SEGURANCAPSICOLOGICA #DIVERTITECNOLOGIA




Emerson Silva

CEO

Empreende, palestra, investe e atua com tecnologia a mais de 30 anos.u003cbru003eEspecialista em performance, equipes, diversidade e impacto. u003cbru003eFundador, CEO da Diverti Tecnologia e autor desse post.